Cientistas restauram a visão de paciente cego com genes de algas

retinite pigmentosa

Depois de 40 anos de cegueira, um homem de 58 anos de idade já pode ver novamente imagens e objetos em movimento, isso tudo graças a uma injeção de proteínas fotossensíveis em sua retina.

Ao injetar no olho do paciente francês genes de algas que codificam proteínas sensíveis à luz, os cientistas conseguiram de restaurar lentamente a visão dele.

O homem, foi diagnosticado com uma doença chamada retinite pigmentosa aos 18 anos de idade, e agora após a injeção de proteínas pode localizar, identificar e contar objetos de novo. Pessoas com retinite pigmentosa carregam alguns genes defeituosos que, por causa de muitas mutações, permite que as células sensíveis à luz na retina na parte posterior do olho se rompam, segundo o National Eye Institute (NEI).

Estudo

O ensaio clínico, feito pela empresa GenSight Biologics, localizada em Paris, inscreve pessoas com retinite pigmentosa (RP): uma doença degenerativa que mata as células fotorreceptoras do olho, que são o primeiro passo na via visual.

O estudo foi divulgado nesta semana na Nature Medicine e é a primeira aplicação clínica bem-sucedida de optogenética, na qual flashes de luz são usados ​​para controlar a expressão gênica e o disparo de neurônios.

A técnica utilizada é amplamente usada em laboratórios para sondar circuitos neurais e está sendo investigada como um potencial tratamento para dor, cegueira e distúrbios cerebrais.

Em uma retina saudável, os fotorreceptores detectam a luz e enviam sinais elétricos às células ganglionares da retina (RGCs), que então transmitem o sinal ao cérebro.

Vírus modificado

A terapia optogenética da GenSight pula as células fotorreceptoras danificadas inteiramente, utilizando um vírus para entregar proteínas bacterianas sensíveis à luz nos RGCs, autorizando que eles detectem imagens diretamente.

Os pesquisadores injetaram o vírus no olho de um homem com retinite pigmentosa e esperaram quatro meses para que a produção de proteínas pelos RGCs se estabilizasse antes de poder realizar os testes na sua visão.

José-Alain Sahel, oftalmologista da University of Pittsburgh Medical Center na Pensilvânia e responsável pela equipe de estudo, afirma que um dos desafios foi regular a quantidade e o tipo de luz que entrava no olho, porque uma retina saudável usa uma variedade de células e proteínas sensíveis à luz para ver uma ampla gama de luz.

“Nenhuma proteína pode replicar o que o sistema pode fazer”, diz ele. Então, os pesquisadores criaram um conjunto de óculos que capturava a informação visual ao redor do homem e a otimizava para detecção pelas proteínas bacterianas.

Melhora da retinite pigmentosa

O Homem testado não consegue ver sem os óculos, porém Sahel ressalta que a visão dele continuou a melhorar nos dois anos desde a injeção.

Seis outros pacientes foram injetados com as mesmas proteínas sensíveis à luz no ano passado, porém infelizmente a pandemia de COVID-19 atrasou os testes com os óculos de proteção.

Sahel espera ter seus resultados em cerca de um ano.

Com informações da Nature Medicine

 

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